sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Pronomes



Pronomes


Iniciaremos, pois, o assunto que ora se evidencia tendo como ponto de partida a análise do enunciado subsequente:


Atendo-nos aos termos em destaque, constatamos que o primeiro acompanha o substantivo “primo”, indicando a ideia de posse, e o segundo desempenha a função de substituí-lo. Tais funções são atribuídas à classe em questão, desta vez representada pelos pronomes.

Acompanhando ou substituindo o nome (substantivo), os pronomes também identificam o ser que utiliza a língua no momento em que a comunicação se efetiva, indicando, pois, as pessoas do discurso. Podendo estas, serem assim representadas:


Podem, também, se referir a um determinado ser, relacionando-o a estas pessoas, no sentido de retratar a ideia de proximidade, como nos exemplos mencionados:

Este é o livro que o professor indicou. (indica que o objeto se encontra próximo da pessoa que fala)

Esse vestido é lindo. (revela que o ser se encontra próximo à pessoa com quem se fala)

Aqueles garotos são muito esforçados. (pressupõe-se que o ser se encontra distante, tanto da pessoa que fala, quanto da pessoa com quem se fala)

Dentre as subclassificações que a eles se referem, citamos os pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos e interrogativos, estudados, posteriormente, de modo particular.




Pronomes pessoais oblíquos
Pronomes oblíquos classificam-se em átonos e tônicos
 Incessantemente ouvimos dizer que os pronomes pessoais se subdividem em pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo. Assim sendo, ao estabelecermos familiaridade com a imagem subsequente, provavelmente todos os pressupostos que nela constarem, não serão para nós nenhuma novidade. Observemos, pois:


 
   Pois bem, elencados tais pormenores, torna-se importante ressaltar que somente essa noção não se concebe como suficiente, pois ainda temos de estar cientes quanto ao correto emprego desses pronomes em se tratando da variedade padrão da linguagem. Em face dessa razão, o presente artigo tem por finalidade apontar algumas dicas imprescindíveis à nossa compreensão. Ei-las, portanto:

* Os pronomes oblíquos apresentam-se sob duas formas:

- Átonos – são empregados sem preposição:

Indaguei-lhe acerca do acontecido.

- Tônicos – são obrigatoriamente regidos de preposição:

Disseram a mim toda a verdade.


* Após as formas verbais terminadas em som nasal, os pronomes átonos o(s), a(s) assumem as formas “no(s)” e “na(s)”:

Todos davam a menina por perdida.
Todos davam-na por perdida.

Puseram o livro sobre a mesa.
Puseram-no sobre a mesa.

* Os pronomes “me, te, se, nos e vos”, a depender da regência expressa pelo verbo, atuam, ora como objeto direto, ora como indireto:

Os alunos sempre me respeitaram.
Constatamos que o verbo respeitar se classifica como transitivo direto, pois quem respeita, respeita alguém. Daí o fato de o pronome “me” representar o objeto direto do referido verbo.

Os alunos sempre me obedeceram.
Inferimos que o verbo obedecer se classifica como transitivo indireto, haja vista que quando obedecemos, obedecemos a alguém. Assim sendo, o pronome “me” representa o objeto indireto.

* Os pronomes o(s), a(s) exercem a função de objeto direto, ao substituírem o complemento verbal não regido de preposição obrigatória:

Comprei o presente para você.
Comprei-o para você.
(objeto direto)

Encontrei a garota passeando pelo shopping.
Encontrei-a passeando pelo shopping.
(objeto direto)

* Os pronomes o(s), a(s) assumem as formas lo(s), la(s), após as formas verbais terminadas em “r”, “s” ou “z”, bem como depois da partícula “eis”:

Eis a presente afirmação, portanto.
Ei-la, portanto.

Devo analisar esse caso o quanto antes.
Devo analisá-lo o quanto antes.

Consideramos louvável a sua atitude.
Consideramo-la louvável.

Fiz as tarefas apressadamente.
Fi-las apressadamente.

* Em se tratando de complemento verbal, o pronome “lhe” sempre funciona como objeto indireto.

Entregamos-lhe as encomendas.
(objeto indireto – entregamos a quem?)

* Os pronomes nos, vos e se, no sentido de indicarem ação mútua, denominam-se recíprocos:

Todos nós, fiéis assíduos, demo-nos as mãos.
Os formandos saudaram-se alegremente.


Pronomes oblíquos tônicos   
Ocorre-lhe alguma dúvida acerca do que sejam pronomes oblíquos? Pois bem, sabemos que os pronomes pessoais, cuja característica é indicar diretamente as pessoas do discurso (a pessoa que fala, a pessoa com quem se fala e a pessoa de quem se fala), subdividem-se em pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo.

Para diferenciá-los, retomemos algumas noções de análise sintática, na qual os pronomes pessoais do caso reto exercem a função de sujeito da oração, como em:

Eu cheguei apressada.

Nós estudamos bastante.

Vejamos, pois, alguns aspectos relacionados aos pronomes pessoais:

- Mais adiante veremos que os pronomes oblíquos tônicos são regidos por preposições. No entanto, em alguns exemplos, mesmo que a preposição esteja anteposta a um pronome, ela rege a oração por completo, e não somente esse pronome. Nesse caso, se o sujeito for um pronome, esse deverá ser sempre do caso reto.

Enviaram vários livros para eu ler.

Caso tenhamos alguma dúvida acerca da existência do sujeito, recomenda-se desdobrar a oração, sendo essa manifestada por:

Enviaram vários livros para que eu lesse.

Já os pronomes do caso oblíquo exercem a função sintática de complemento verbal (objeto direto e objeto indireto), complemento nominal, agente da passiva, adjunto adnominal, adjunto adverbial ou sujeito acusativo (sujeito de oração reduzida). A título de exemplificá-los, temos:

As encomendas foram entregues a mim. (função de objeto indireto)

A decisão será favorável a mim. (função de complemento nominal, pois complementa o sentido de um adjetivo, “favorável”).

De acordo com a tonicidade, os pronomes oblíquos classificam-se em átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) e tônicos (mim, comigo, ti, contigo, ele, ela, si, consigo, nós, conosco, vós, convosco, eles, elas).

Tais pressupostos, uma vez elencados, conduz-nos mais adiante: compreender acerca das particularidades que norteiam os pronomes oblíquos tônicos. Assim, cabe dizer que esses são sempre regidos por preposições, no caso as essenciais. É interessante notar que a combinação da preposição “com” com alguns desses pronomes originou as formas já expressas: comigo, contigo, conosco, convosco e consigo. Assim sendo, valorizemos algumas construções, tidas como adequadas perante o padrão formal da linguagem, no entanto constituídas de outras preposições, ora manifestadas por:

Não existe mais nada entre mim e ti.

As acusações foram feitas contra mim.

Não entre sem mim.

- Em se tratando da linguagem formal, jamais falaríamos assim: “ele vai com nós”, mas sim, “ele vai conosco”; nem “ele não vai com vós”, mas sim, “convosco”. No entanto, as formas “conosco” e “convosco” são substituídas por “com nós” e “com vós” quando os pronomes pessoais são reforçados por alguns vocábulos, tais como: outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou por algum numeral. Assim, podemos constatar sua evidência por meio dos exemplos subsequentes:

A única certeza era de que ele viajaria com nós dois.

Como precisava ir com nós todos, desistiu imediatamente.


- No que tange ao português falado no Brasil, afirma-se que o pronome “si” é exclusivamente reflexivo, fato que também ocorre como o pronome “consigo”, perfeitamente constatável em:

Quanto egoísmo! ele somente é capaz de pensar em si próprio.

Que estranho! parece estar falando consigo mesma.

No caso do português falado em Portugal, tais formas são também utilizadas como não reflexivas – demarcadas por meio dos seguintes casos:

Em breve, desejo estar consigo.

Penso em si diariamente.

Os pronomes reflexivos indicam que a ação do sujeito reflete nele próprio e os pronomes recíprocos indicam que a ação é mútua entre os sujeitos.
Entre as distintas classificações que atribuímos aos pronomes estão aquelas representadas pelos pronomes oblíquos, cujas formas se classificam em átonas e tônicas. Entre as átonas, podemos destacar as representadas por “me, nos, te, vos e se”. Elas, por sua vez, podem ser utilizadas para indicar que a ação do sujeito se volta para ele mesmo, ou seja, reflete nele próprio. Assim sendo, podemos afirmar que tais pronomes são denominados de pronomes reflexivos. Vejamos, pois, alguns casos representativos:
Nós nos vestimos rapidamente.
Agindo assim, tu te condenas ainda mais.
Eu me enganei ao confiar em você.
Consoante a tais formas estão aquelas consideradas tônicas, ora representadas pelos pronomes “si e consigo”. Observemos:
Você parece um tanto quanto egoísta, querendo tudo para si.
Ele sempre leva consigo boas lembranças daqui.
As formas do reflexivo nas pessoas do plural (representadas pelos pronomes “nos, vos e se”) são utilizadas também para representar a reciprocidade da ação, ou seja, que ela é mútua entre dois ou mais indivíduos. Nesse caso, afirmamos que se trata de um pronome recíproco, visto que ocorre uma ação trocada entre os elementos do sujeito. Verifiquemos, pois:
Eu e ele nos cumprimentamos.
Paulo e Marcos se acusavam frequentemente pelo fato ocorrido.
Mas atenção a um detalhe relevante:
Pelo fato de serem idênticas às pessoas do pronome reflexivo e do recíproco pode ser que haja traços de ambiguidade nos casos do sujeito plural (como é o caso do enunciado que nos servirá de exemplo). Dessa forma, para que tal “desvio” não ocorra, alguns recursos são indispensáveis, tais como:
Paulo e Marcos enganaram-se.
Mediante tal discurso podemos inferir que ambas as pessoas do sujeito cometeram um engano; ou pode ser que Paulo enganou Marcos e este a Paulo. Assim sendo, voltemos aos recursos:
* No sentido de marcar a ação reflexiva é recomendável acrescentar-lhes, conforme a pessoa, a mim mesmo, a ti mesmo, a si mesmo, entre outras:
Paulo e Marcos enganaram a si mesmos.
* No sentido de demarcar a ação recíproca, torna-se conveniente acrescentar-lhes uma expressão pronominal, representada por “um ao outro, uns aos outros, entre si”:
Paulo e Marcos enganaram-se um ao outro.
OU
Paulo e Marcos enganaram-se entre si.
Ou ainda, fazendo uso de um advérbio, como “reciprocamente ou mutuamente”:
Paulo e Marcos enganaram-se mutuamente. 

Uso do pronome cujo
O uso do pronome cujo, semelhantemente a tantos outros assuntos ligados à gramática, encontra-se submetido a regras específicas. Há de se convir que em se tratando da oralidade ele não é um pronome assim tão recorrente; mas quanto à escrita o seu uso é notório. Daí a importância de você estar ciente das suas particularidades, de modo a exercer sua competência linguística de forma efetiva.
Partindo desse princípio e tendo a consciência de que se trata de um pronome relativo variável, analisaremos tais particularidades, estando elas demarcadas por alguns aspectos, entre os quais:
* Tal termo somente é utilizado no sentido de posse, fazendo referência ao termo antecedente e ao substantivo subsequente. Observe:
O garoto cujo pai esteve aqui...
A enunciação diz respeito ao pai do garoto, expresso antes.
* Não se usa artigo definido entre o pronome ora em discussão (cujo) e o substantivo subsequente. Voltemos ao exemplo anterior:
O garoto cujo (o) pai esteve aqui (situação inadequada)
O garoto cujo pai esteve aqui... (forma conveniente)
* O pronome deve aparecer antecedido de preposição sempre que a regência dos termos posteriores exigir. Vejamos:
Aquela é a família de cuja casa todos gostam.
Analisando a regência do verbo gostar, constata-se que ele se classifica como transitivo indireto, requerendo, pois, o uso da preposição.
Esta é a professora em cuja experiência todos acreditam.
Acreditamos em alguma coisa, logo, todos acreditam na experiência da professora.
Eis a amiga com cujas atitudes não concordamos.
Ao concordarmos, concordamos com algo, ou seja, não concordamos com as atitudes da amiga.
Tratando-se, sobretudo, dos casos relacionados à regência, alguns “soam” de forma estranha. Contudo, é preciso passar por cima desse aspecto, optando pelo seu correto uso, sempre que assim se fizer necessário.













Nenhum comentário:

Postar um comentário